sexta-feira, 23 de junho de 2017

MINHA EXPERIÊNCIA NO "HELL FEST"






O que falar do “Hell Fest”? (um nome que faz medo a muita gente pra começar, mas que é só nome por pura provocação a religiosos). Foram 3 dias de puro e intenso metal, 5 palcos, várias lojas e campings, muitas vertentes do metal e muito cansativo. Quando nós tivemos a "ideia" de ir ao “Hell Fest”, foi só com o intuito de conhecer a terra "prometida" (como fez Calebe e Josué), mas logo surgiu a ideia de levar a "Metal Bible" para doar de graça, como os caras do Wacken na Alemanha fazem. 

Bem, a ideia surgiu em um conferência da Jocum França. Eu de imediato já passei para o diretor da minha base que também gosta de Metal (Lucas) ele topou na hora, pois ja tinha a mesma ideia, depois passei para o Jean Daniel (que é veterano no festival) que abraçou o projeto até o fim, se juntando conosco também o Pierre (foi como a história da Sadraque, Mesaque e Abd-nego e o 4° homem).
Fizemos um pequeno projeto (tivemos a ideia de juntar uma pesquisa de campo com as bíblias, para não aparentar algo religioso), que foi apresentado a amigos, igreja e parentes. As pessoas ajudaram financeiramente o projeto, a maioria eram pessoas próximas, e então conseguimos executar. No total compramos 100 bíblias do metal (elaboradas na Suécia), fizemos alguns cartões, e partimos (da ideia até a execução do projeto durou uns 7  à 8 meses). 


                                    

Quando chegamos, ainda não tinha começado o festival, então nos instalamos, fizemos as compras tendo o primeiro contato com o local. Recebemos um amigo que eu conheci pela internet (Julien), e no primeiro dia de evento (que foi o dia seguinte), acordamos, tomamos o café ali mesmo aonde estávamos, porque tudo era muito longe. A tarde passamos o protetor solar, oramos, discutimos um pouco como iriamos abordar a galera, e partimos com algumas bíblias e um pequeno questionário de pesquisa de campo. Começamos a andar no festival como curiosos, sai junto com o Lucas (diretor da Jocum) orando e procurando alguém que eu pudesse entrevistar, e de repente criei coragem e perguntei para o primeiro “head banger” se ele poderia participar de uma pequena sondagem que estava fazendo, ele disse que sim, e foi muito massa, rimos juntos, mas no final ele não aceitou a bíblia, fiz com seu amigo a pesquisa, que chegou em seguida, e ele aceitou a bíblia no final, foi o primeiro e isso me trouxe ânimo. 
Cada um estava fazendo em lugares próximos, mas separados, o primeiro dia para mim foi bem fácil, dei mais bíblias facilmente e as pessoas aceitaram numa boa, claro que algumas não (o que é normal), mas é bem diferente do Brasil que os “head bangers” agridem verbalmente e até fisicamente. Aqui a maioria se intitulam ateus ou agnósticos, e mesmo assim são pessoas que conseguem discutir algo fora da sua realidade.



O segundo dia para mim foi mais difícil, a atmosfera dos shows tinha tomado de conta, mas tivemos boas conversas com pessoas atéias, agnósticas, que na maioria estiveram abertas para discutir um pouco de espiritualidade e isso me interessa, conversar, fazer amigos e plantar a semente. O Lucas (que é o diretor da JOCUM) estava com a gente e tem muita experiência com evangelismo, e isso nos ajudou bastante. Nessa mesma tarde eu encontrei um “head banger” que aceitou fazer a entrevista e no final ele me disse que era católico e que estava afastado da fé, eu falei de mim, das minhas experiências com igreja underground, banda e fé, ele ficou super animado e aceitou a bíblia no fim, ele não quis oração mas o que ficou claro que ele se animou para voltar para a fé, isso foi super legal (gloria a Deus). 



Encontrei um Brasileiro (Diego) que mora no Japão, fiz a entrevista com ele até aceitou oração, dei uma “Metal Bible” e creio que com os testemunhos que tem na bíblia isso será o diferencial de alguma forma, estarei orando para que ele possa ser tocado.


No terceiro dia faltava umas 30 bíblias e decidimos irmos mais a "full", e em menos de 4 horas já tínhamos finalizado tudo, eu vi que os outros tiveram boas conversas também, e creio que esse é o caminho. A conversa, o respeito, o ouvir.

Nesse festival tive a oportunidade de ouvir ideias contrárias, de aprender um pouco mais, de ouvir primeiro para  depois falar, e saí com fé de que aos poucos, poderemos fazer uma boa ponte entre “head bangers” e um relacionamento com Deus. A ideia não é fazer um grande movimento evangelístico, se mostrar, ou tentar fechar o festival como muitos religiosos pensam e tentam, mas de ir no meio da galera (como Jesus fazia), compartilhar que Deus esta interessado neles, de que Cristo não tem nada haver com as atitudes religiosas e preconceituosas de alguns muitos, pelo contrário ele também é contra o sistema desse mundo. A ideia geralmente é de ajudar os que precisam, e trazer metanoia para suas vidas, ajudar a galera olhar para dentro e para cima. 



Romeu Kleber